Obra em escola faz alunos ficarem quase 3 horas em ônibus

Estudantes começaram a ser remanejados para escolas a 25 km de distância

O ano letivo na rede pública de ensino de Campinas começou há mais de um mês, mas alunos da Escola Municipal Odila Maia Rocha Brito, no bairro São Domingos, ainda não assistiram às aulas. O motivo é a reforma da escola. Somente nesta segunda-feira (14) a prefeitura começou a remanejar os estudantes para outros locais muito distantes. O deslocamento será pago pela prefeitura, mas as obras também podem prejudicar o aprendizado das crianças e adolescentes, já que o período de aula será de apenas três horas por dia até que o fim das obras.
Em média, os novos locais de aula ficam a 25 quilômetros do bairro São Domingos. Em muitos casos, os estudantes podem demorar 1h30 dentro do ônibus na ida, e outra 1h30 na volta, dependendo da situação do trânsito. Quase o mesmo tempo que vão ficar na sala de aula.
Os pais estão revoltados com a situação. O casal Silvio e Maria Aparecida Carvalho recebeu a notícia da mudança de local na semana passada. Eles tem dois filhos matriculados na escola: uma garota que está na 2ª série e um menino que está no 8º ano do Ensino Fundamental. Para evitar que os filhos sejam prejudicados com a falta de aulas, eles tentam passar as lições em casa e contam muitas vezes com a ajuda do computador.
A psicóloga da faculdade de Educação da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), Ângela Soligo, a medida burocrática adotada deve causar muitos prejuízos aos alunos. O tempo para tirar dúvidas ficará mais restrito, e os jovens precisarão de tempo para de adaptar com a mudanã de escolas, o que vai afetar ainda mais o aprendizado.
Outro lado
De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Educação, as aulas só devem ser retomadas no 2º semestre, como está no planejamento de obras. Sobre a demora de remanejamento dos alunos, a secretaria explicou que a Administração estava procurando um local para receber os estudantes, e que está fazendo o possível para adaptar as crianças e adolescentes nas novas escolas. O conteúdo deve ser reposto depois, mas não há previsão para que isso aconteça.